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Por Ana Luisa Areia | Assistente Hospitalar Graduada de Obstetrícia e Ginecologia do Serviço de Obstetrícia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra // Universidade de Coimbra • Faculdade de Medicina

 

A heparina de baixo peso molecular (HBPM) é amplamente utilizada para prevenir o tromboembolismo venoso e tem-se mostrado promissora no tratamento dos abortos espontâneos recorrentes (AER), particularmente em casos que envolvem a síndrome antifosfolipídica. No entanto, as inconsistências na investigação e a ausência de diretrizes de tratamento padronizadas tornam difícil o estabelecimento de protocolos claros para a utilização de HBPM nos AER.

Este artigo resulta de uma meta-análise em rede para avaliar o impacto de vários tipos e dosagens de HBPM na taxa de nados-vivos e complicações da gravidez em pacientes com AER. Incluiu 22 ensaios que envolveram 4.773 participantes com cinco tipos diferentes de HBPM, em que todas as comparações foram efetuadas contra o grupo de controlo.
A enoxaparina foi a HBPM mais eficaz para aumentar as taxas de nados vivos (OR 1,19, (IC 95% 1,06 – 1,36), a área sob a curva de classificação cumulativa de risco 1,19, (IC 95% 1,06- 1,36), para reduzir o risco de pré-eclâmpsia (0,53, (0,28-0,92), 85%), do parto pré-termo (0,59, (0,41-0,86), 85%) e as perdas gestacionais (0,55, (0,38-0,76), 82%).

Este estudo aborda as limitações de pesquisas anteriores, que muitas vezes se concentraram em tipos únicos de HBPM ou combinações com aspirina, sem comparar minuciosamente diferentes HBPMs e suas dosagens. Além disso, ao contrário de estudos anteriores, esta investigação confirma que a eficácia da HBPM não é afetada por fatores como a causa da AER, história de aborto espontâneo, idade, IMC ou outros tratamentos.